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Autoestima em momentos de dor

Pensar que os terapeutas têm tantas ferramentas para ensinar, que são imunes aos movimentos cósmicos, às montanhas russas emocionais e aos padrões limitadores... é um grande engano. Acredito que quem estuda sobre um assunto, é porque antes de mais, precisa de trabalhar isso em si, para depois poder apoiar os outros. Eu faço parte dessa tribo.


Quem estuda, adquire competências técnicas. Quem passa pelos processos interiores, adquire a sabedoria da experiência e a empatia que só quem passou pela experiência pode compreender. Este eclipse em escorpião veio abanar toda a minha auto-estima. Sempre foi algo que precisei construir toda a minha vida. É uma das minhas feridas mais profundas a sensação de não ter valor. Não interessa o quanto estudas, o quanto conquistas, o quanto tens para dar aos outros, o quanto cuidas de ti para estares bem. A ferida está lá e arranca-te o chão sempre que está na altura de curares mais um bocadinho de ti. Sim, eu sei que não estou sozinha nesta caminhada.


O que é que significa ter valor? É sermos apreciados por alguém? Reconhecidos? Bem sucedidos? Termos muitas coisas? Vou partilhar contigo como se parece sucesso para mim: Para mim o sucesso parece-se com uma relação Amorosa que é tão grande, tão bonita e tão pura, que faz com que tudo o resto seja suave. Sim, eu sei. Parece bastante utópico. Na realidade nunca vivi uma partilha de amor assim... e quando tento e não resulta, acontece uma verdadeira chacina à minha auto-estima. De repente parece que não existo. Parece que nada faz sentido. Uma nuvem negra apodera-se da minha luz e a dor grita "Tu não tens valor. Tu não és amada." pouca coisa parece importar depois disso...


Estes momentos são duros sim, mas trazem à luz as coisas que precisamos curar, com carinho e muita paciência. Os caminhos da cura podem ser muitos. A desconstrução do que achamos ser a prova do nosso valor é um deles. Não somos menos valiosos por não vivermos um grande amor. Não somos menos valiosos por não termos uma conta cheia de dinheiro. Não somos menos valiosos por não termos o trabalho que todos reconhecem com bom, seguro, bem pago. Somos valiosos por quem somos e o reconhecimento da nossa essência divina cabe-nos a nós e não aos outros.


Antigamente nestes momentos de mergulho interior, tentava pôr em prática todas as minhas ferramentas terapêuticas para sair do estado o mais rápido possível. Hoje entendo que não é esse o caminho. O caminho é estar presente. Observar e acolher o que vem. O diálogo interno, as emoções. Reconhecer o que está dentro e precisa expressar-se para sair da escuridão e transformar-se em luz. E quando nos permitimos passar pela tormenta como observadores, sem tentar conduzir ou controlar o resultado final, somos habitualmente presenteados pela transformação. Algo foi mexido, curado. Alguma parte nossa expandiu, então valeu a pena. Mas também não é para montares lá a tenda e passares a viver na sombra! Fica o tempo que precisas para reconhecer o processo e permite-te sair mais inteira.


Se estás a passar por um momento difícil, sabe que não estás sozinha. E sabe que vais conseguir ultrapassar. Somos seres evolutivos e caminhamos de mãos dadas para a evolução coletiva. És mais forte do que pensas. Passa pelo caos, respira, levanta-te, sacode-te e continua a caminhar! Estamos juntos.


Um abraço,

Rita





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